segunda-feira, 18 de abril de 2011

Morar fora é...

Morar em outro país é para muitos motivos de alegria e realização. E isso é verdade. Porém, existe também um outro lado que geralmente é ofuscado pela euforia de viver em terra estrangeira por um tempo.
Bom, assim que a gente chega, tudo é novidade. Então, não há tempo pra se pensar em tudo que ainda está por vir. Depois, quando passamos a viver o dia a dia naquela terra, vem as incertezas e dúvidas de quem não sabe nada sobre o lugar nem sobre as pessoas.
Primeiro, temos a sensação de que não pertencemos àquele lugar. Tudo é novo e você também. Depois a gente se sente impotente, dependemos dos outros pra tudo. E se você está em uma cidade pequena como eu, ainda mais.
Tem também a agônia de ter todos os seus dias planejados. É como não ter autônomia sobre a própria vida. Toda a sua agenda está definida pelos próximos 5 meses. Desespero.
Mas calma, nem tudo são trevas. Há também os passeios, as festas, as pessoas maravilhosas que conhecemos, a oportunidade de entender outras culturas, culinária direfente.
Então, você já começa a se sentir parte de tudo. Já tem certo controle sobre sua própria vida, já conhece o motorista do ônibus, a moça do mercado, o rapaz da farmácia...
E aí... é hora de voltar pra casa.

terça-feira, 15 de março de 2011

Amish


Amish, pra quem não sabe, é um grupo religioso cristão de costumes muito conservadores. Por exemplo, vivem sem eletricidade, não viajam de avião, tem como meio de transporte um tipo de carroça chamada buggy e ainda se vestem como no início do século XIX.
Hoje visitei uma comunidade Amish. Eles vivem bem integrados com a comunidade local, não vivem isolados, não. Vão ao mercado e até trabalham em casas de pessoas não Amish. Também visitei a escola. O prédio é pequeno com apenas duas salas de aula. Em cada sala uma professora ensina 4 séries ao mesmo tempo. Os Amish consideram sua vida acadêmica encerrada quando concluem a oitava série.
Confesso que fiquei um pouco impressionada com o que vi. Já tinha ouvido falar sobre os Amish e também já tinha lido algo a respeito, mas quando a gente vê, é diferente. Ao olhar para cada uma daquelas crianças pensei em quanto suas vidas seriam diferentes se não pertencessem àquele grupo. Imaginei cada uma delas frequentando uma escola regular, usando roupas modernas. Será que suas vidas seriam melhores?
Nós, da cidade grande e cercados de modernidade, sempre achamos que a vida sem essa parafernália toda é mais difícil. Será que é? Não vi ninguém correndo por lá, ninguém preocupado com horário. Com certeza o número de pessoas estressadas e com colesterol alto é bem menor naquela comunidade.
Sabe o que é interessante? Quando um jovem ou uma jovem Amish complete 18 anos fica livre por um ano para conhecer o mundo moderno. Depois disso eles decidem se querem voltar para a comunidade ou não. Me surpreendi ao saber que a maioria deles volta.
Acho que eu jamais seria capaz de viver em uma comunidade Amish. Mas fico pensando: Por que tantos voltam?


Amish Buggy

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sem título X

Hoje, depois de quase 2 meses aqui, sinto um misto de alegria, tristeza e culpa. Não que eu não esteja feliz aqui, pelo contrário, é a realização de algo que eu jamais poderia imaginar acontecer comigo. Sabe aquelas coisas boas que só acontecem com os outros? Então, eu sempre pensei que ganhar uma bolsa de estudos no exterior jamais aconteceria comigo. Mas aconteceu e agora eu estou aqui. Feliz e triste ao mesmo tempo. Ah, e também culpada de vez em quando.
Estou feliz por tudo que estou vivendo e aprendendo por aqui. Tudo é novo, tudo é descoberta. E com isso estou crescendo muito, como profissional e como ser humano.
Estou triste por tudo que estou perdendo aí. Por todas as pessoas que estou deixando de ver e ouvir todos os dias. Triste por não ter ninguém pra abraçar ou pra confiar.
Estou me sentindo culpada porque sei que quando decidir vir pra cá, eu também mexi com a vida de outras pessoas. Me sinto egoísta por isso. Não sei se eu tinha esse direito.
Mas o que tá feito, tá feito. Peço a Deus todos os dias pra me dar forças pra chegar ao fim desse programa com um saldo positivo.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sonhos

Ontem eu ouvi algo que achei muito interessante e verdadeiro: "É possível realizar os sonhos em qualquer idade, qualquer tempo." Nada mais verdadeiro. Às vezes somos limitados por nós mesmos quando pensamos que nosso tempo acabou, que é tarde demais. Nunca é tarde demais. Há sempre tempo de se recomeçar e de ir em busca da realização de seus sonhos. Com o passar do tempo essa realização pode ficar mais difícil, mas nunca impossível, principalmente se crermos que há um Deus que olha por nós e que nos dá forças todos os dias.
Pensando melhor, as dificuldades encontradas no caminho dão um temperinho a mais no sonho. Se é fácil demais a gente não valoriza. Lutar por nossos objetivos deve ser a máxima de nossas vidas. Nunca desistir, porque um dia, quando menos se espera a vitória chega.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mais atividades!

Na segunda-feira fomos tirar nosso ID card da universidade, conhecemos o Studens Center e almoçamos com o reitor. À tarde mais uma orientação sobre a universidade e à noite, alguns tiveram sua primeira aula.
Terça-feira mais orientação pela manhã e à tarde uma aula sobre adaptação cultural. À noite assisti a minha primeira aula. Foi assim assim. Tô um pouco insegura, mas já tô aqui mesmo, né?!
Na quarta-feira, enfim, recebemos nossos computadores. Foi uma festa. Todos pareciam crianças com um brinquedo novo. E foi aí que pude ver meu marido pela primeira vez desde que cheguei aqui. Foi muito bom, apesar da conexão horrível. E pela tarde tivemos mais uma aula sobre adaptação cultural.

Nonstop

Desde que chegamos em Ohio não paramos um minuto sequer. Atividades agendadas todos os dias. No sábado seguinte a nossa chegada fomos levados a lojas e supermercados para que pudessemos comprar roupa de frio e comida. Descobri que comida aqui é muito cara. Frutas e verduras então, nem se fala. Bom, bem alimentados e agasalhados, a noite fomos jantar com nossos orientadores. Cursos escolhidos, voltamos pra casa. No domingo, tivemos uma orientação sobre os apartamentos e depois fomos fazer um tour pela universidade. Depois do tour, assistimos uma palestra sobre Health Care. Ao final na palestra já era umas 7 horas. Todos exaustos, voltamos para os apartamentos, jantamos e dormimos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Chegando na nova casa


Na sexta-feira, 7 de janeiro, partimos para Ohio onde vou ficar até maio. Nossa, o avião que nos levou de Washington para Ohio era tão pequeno e estreito que parecia de brinquedo. Tive medo. hehehehe Chegamos no aeroporto de Cleveland, Ohio à noite e sim, Ohio nos recebeu com neve. Muita por sinal. Foi a primeira vez que vi a neve. Gostei muito, não! Friiiiooo! Mas o que mais me doeu foi viver todas essas novas experiências sem poder compartilhar com meu marido, que depois de Deus é quem eu mais amo. Enfim, a vida segue, né? De Cleveland tivemos que ir de van para Kent, mais ou menos uma hora de viagem. Chegamos lá às nove, mais ou menos. Fomos encaminhados para nossos apartamentos, que são muito legais. Estou dividindo o espaço com duas professoras, uma do Líbano, Nadine, e a outra do Equador, Magaly. O apartamento é espaçoso e tem três quartos, graças a Deus. Nadine é professora de Química e Magaly de Estudos Sociais e Inglês. Elas são bem legais.